Carreiras na Ciência de Dados 3 — O SCRUM MASTER
Seguindo nossa trajetória sobre as carreiras dentro da Ciência de Dados, hoje falaremos sobre o SCRUM Master.
Não dá para falar em Scrum Master sem antes falar sobre a metodologia ágil de gestão de projetos, muito aplicada aos projetos de ciência de dados.
Esta metodologia tem como premissa o diálogo entre a equipe técnica e a área usuária, ou área demandante, para evitar oque quase sempre ocorre com os projetos tradicionais, onde este contato ocorre no início do projeto e as partes só se falam depois do desenvolvimento do produto. Muitas vezes o produto final sai bem diferente da expectativa do demandante e as mudanças de escopo, readaptações do projeto acabam levando ao encarecimento da iniciativa e a insatisfação da área cliente.
A metodologia ágil propõe a construção a 4 mãos, com a participação diária, através das reuniões denominadas “daily” entre técnicos e usuário final, para criação de um protótipo, denominado “MVP — Minimal Viable Product” em português “Produto Mínimo Viável”.
Podemos dizer que na metodologia ágil o Scrum Master é o maestro da orquestra. Ele faz a ponte entre as equipes, planeja, organiza e coordena o andamento das atividades.
Vamos listar a seguir as características técnicas (hard skills) e as pessoais (soft skills) de um bom Scrum Master.
Hard Skills:
· Certificação na metodologia SCRUM. Conhecer bem as regras do processo;
· Conhecimentos de tecnologia da Informação. Não precisa ser um programador exímio, ou um arquiteto de redes, mas precisa saber dimensionar a infraestrutura necessária para os técnicos trabalharem com grandes volumes de dados. Saber com quem falar e o que falar quando ocorrer problemas de conectividade com a nuvem. Enfim, precisa ser um generalista em tecnologia da informação;
· Gestão de pessoas. É necessário ter experiência na gestão de equipes, multidisciplinares;
Soft Skills:
· Líder Servidor, ou seja, ele orienta o time, serve de exemplo;
· Um facilitador, ele vai atrás das soluções dos problemas ao invés de buscar culpados;
· Um Agente de Mudança, tem empatia com cliente e time, sabe reconhecer quando tem que mudar a estratégia;
· Suficientemente neutro, imparcialidade nos julgamentos sempre;
· Pró ativo, autoconfiante e corajoso. Para liderar e navegar entre diferentes perfis da equipe é fundamental a autoconfiança e a proatividade;
· Ser disciplinado e organizado. Fundamental para dar o exemplo e conseguir conduzir projetos de solução de problemas complexos;
· Facilidade de comunicação em vários níveis. Sendo a interface entre equipes técnicas e área de negócios, a capacidade de comunicar com clareza e leveza é indispensável.
· Muitas vezes o scrum master fará o papel de mentor da equipe, logo esta capacidade de orientar os indivíduos a extrair deles seu melhor, também é um diferencial;
Como podem ver, esta é uma carreira dentro da Ciência de Dados muito mais orientada a área de humanas que de exatas, não?
As características demandadas são em sua grande parte de “soft skills” que de “hard skills”. E são dificílimas de se encontrar em pessoas com um histórico de carreira técnica, onde antes se acreditava que não precisava ter capacidade de comunicação. Ou de pessoas da área de humanas, que antes acreditavam que não precisavam saber nada de tecnologia.
O novo profissional, que todas empresas buscam, quebrou esse paradigma e é um ser humano por inteiro, com habilidades técnicas sem perder a sua característica “humana”, ou seja, sua essência.
Na próxima semana falaremos de outro componente pouco conhecido, mas fundamental em um projeto de ciência de dados. O “Engenheiro de Dados”!
Fontes:
· SCRUM organization — https://www.scrum.org
· Agile School — https://agileschool.com.br/as-8-instancias-do-scrum-master/
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Escola de IA